Amizades e influências: as escolhas são nossas ou dos "amigos"?

20/08/2014 06:14

"Há homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido..." (K'ung  Chung-ni, filósofo chines)

 

          Na atualidade, ser jovem é um desafio, porque a quantidade de opções (quase sempre duvidosas) que nos são oferecidas pelo mundo globalizado e a condescendência do sistema, travestida de facilidades  para realizá-las são enormes. Grande parte da publicidade, por exemplo, tem como foco atrair o adolescente e o jovem para um potencial consumo de uma série de produtos e serviços que surgem hoje e desaparecem amanhã sem maiores explicações.

 

            Mas a questão é o que tem sido apresentado como opção à mocidade, já que, algumas vezes, esses “atrativos” se restringem a bens materiais ou a modismos que nem sempre estão atrelados a valores eternos, que devem ser cultivados na Alma e no coração de cada um de nós.

 

            Muitas vezes podemos vir a cair na ilusão de acreditar que alegrias momentâneas, firmadas em atitudes desequilibradas e exageros, são formas de “aproveitar a vida”; confundimos alegria (geralmente etílica) com felicidade (estado emocional de contentamento, de bem-aventurança).

 

            Porém, essas ações levam à frustração, pois não preenchem a Alma com os valores que a identificam com o bem-estar que Deus oferece a toda a Sua criação.

 

            Mesmo que não tenhamos real noção dos fatos quando eles acontecem, com o tempo e a persistência em atividades que não priorizam nosso bem-estar espiritual, logo sentimos que algo está faltando em nossa vida, que certas diversões não têm mais graça e, então, surge uma sensação de vazio.   

 

“Estamos corpo,

mas somos Espírito”

 

            Como esclarece o escritor José de Paiva Netto, e tantas vezes reproduzimos aqui neste site, “estamos corpo, mas somos Espírito”. Ou seja, antes de nascermos (já existíamos, vivíamos normalmente no Mundo Espiritual) e depois que morremos (continuamos existindo e seguindo a vida no Mundo Espiritual); o nosso corpo humano (tangível)  é passageiro, ele só existe porque o nosso espírito (intangível) é imortal. É na condição humana que a grande maioria de nós, espíritos, amadurecemos e aprendemos a conviver em paz com os nossos semelhantes.

 

            É por isso que Jesus Cristo veio à Terra e se mostrou na condição humana; para reeducar as populações, estimular o progresso acertado (individual e coletivo) que todos alcançam quando de boa mente, de bom coração, obedecem as Ordenações Divinas na convivência, no cotidiano. Então, para não seguirmos o caminho do sofrimento, temos que exercitar a nossa essência divina: o Amor (Evangelho segundo João 13:34,35; 15: 9 a 17).

 

            Nossa perspectiva sobre o que é bom ou ruim para nós mesmos e para o nosso próximo, muda quando entendemos que somos anteriores a vida humana, e que mesmo diante da morte natural, nossa condição de Espírito Eterno se perpetua antes, durante e depois da vida material. Quer dizer, não estamos no mundo por acaso; cada um de nós possui um planejamento (traçado por si, segundo o que temos feito com a oportunidade que recebemos, com a proteção de Deus, de nascer na Terra) para uma existência correta, acertada.

 

            Ora, a felicidade real, verdadeira, só pode ser alcançada à medida que fazemos o nosso próximo feliz. (Veja, "feliz", não apenas "alegre". Felicidade é estado d'alma, é para sempre. Alegria é estado químico, se esvai com o suor ou a urina).

 

            Com base no conhecimento das Leis de Deus (aceitemos ou não esta verdade, que não depende da nossa crença ou da nossa descrença, pois a Legislação Divina rege o Todo e o Tudo Sideral), aprendemos a fazer as escolhas certas, que nos levam a interpretação e ao cumprimento de nossa Agenda Espiritual traçada no Mundo de onde viemos e para melhor conviver no Mundo para onde voltaremos.

 

            "Mas por que não me lembro dessas coisas que você fala?" Deus (o autor do Todo – os Universos Siderais – e de Tudo – a vida e as coisas que pulsam e evoluem nestes Universos) é Espírito; concebeu a vida intangível e tangível de tal forma que ela só prospera se O imitarmos. A gente vai para um lado, vai para o outro, faz um monte de coisas, a ponto de acreditar e fazer as outras pessoas a acreditarem também naquilo que a gente acredita. É o nosso livre-arbítrio previsto por Deus na sua Lei. 

 

            Sejamos honestos conosco mesmos: Quem pode viver em paz e com segurança, infernizando a vida dos outros? Quem pode ser feliz, se não contribui para a felicidade dos outros? Quem pode ser ajudado, se não ajuda a ninguém ou o faz com interesses escusos? Quem pode progredir "pagando o mal por mal; injúria por injúria"; ou usando equivocadamente os dons que tem? Ninguém. É o que observa o apóstolo Pedro em sua primeira carta, capítulo 3º, versículos de 10 a 17:

 

            "10. Pois, quem quer amar a vida e ver dias felizes, refreie a sua língua do mal, e evite que os seus lábios falem engano.

            11. Afaste-se do mal, pratique o bem; busque a paz e empenhe-se por alcançá-la.

            12. Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão atentos às suas orações. Mas o rosto do Senhor é severo contra aqueles que praticam o mal.

            13. Ora, quem vos fará mal, se fordes zelosos no bem?

            14. Mas, ainda que venhais a sofrer por amor a justiça, bem-aventurados sois. Não vos amedronteis, portanto, com as ameaças deles, nem fiqueis alarmados.

            15. Antes, santificai a Nosso Senhor Jesus Cristo em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com humildade corajosa a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós.

            16. De modo que, naquilo em que falam mal contra vós, fiquem envergonhados os que difamam o vosso bom procedimento em Cristo.

            17. Pois, se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais por fazerdes o bem, do que praticando o mal".

 

            Jovem, é da somatória do que fazemos que a paz, a segurança, a saúde, a felicidade e o bem estar alcançamos. Se você, mesmo sem se dar conta, retarda o seu próprio progresso ou o progresso de outras pessoas em razão do mal uso do seu livre-arbítrio na convivência social, tem de corrigir-se. Nem a pretexto de cumprir as ordenações humanas nos é lícito os equívocos, o fazer mal. A irresponsabilidade custa pesado tributo a quem lhe dá origem.

 

Leia: 

A melhor defesa contra 

a ação criminosa dos 

espíritos inferiores 

(partes 1 e 2)

 

            "Mas não houve testemunhas, ninguém viu!" Lição que Paulo de Tarso aprendeu com Jesus Cristo; está em sua carta aos Hebreus, capítulo 12, versículo1º:

 

            –– "Nós que também estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas [Anjos, Potestades e Poderes Espirituais geralmente invisíveis aos olhos humanos], deixemos todo o embaraço e o pecado [espíritos atrasados, ainda fascinados pelo crime, que não querem o nosso bem] que tão de perto nos rodeia [testemunhando igualmente tudo o que fazemos com a vida que o Eterno Pai no deu], e cumpramos, pacientes e perseverantes a carreira [a nossa Agenda Espiritual] que nos está proposta [no planejamento traçado no Mundo Espiritual, antes de virmos à condição humana]".

 

            Por isso há vida antes e depois da vida, e reiteradas vezes a experimentamos na condição humana, até que toda a imperfeição que nos enfeia a Alma caia por terra, seja deixada aqui mesmo, no túmulo da crosta terrena onde por milênios nos demoramos em fraterno aprendizado.

 

            Gente, por que acumular débitos, se a vida é um crédito eterno que Deus nos oferta? "Ah, eu não pedi pra nascer". Quem foi que disse que Deus é arbitrário? Não! O destino da criatura é ser Uma com o seu Criador, porque o Todo e o Tudo são concepções de Deus, vem Dele e para Ele retorna a seu tempo. O problema está na maneira como usamos essa maravilha. Já tomou um café forte, feito no dia anterior, sem açúcar e frio? É horrível não? Mas aquele torrado e moído, preparado na hora com água pura e bem adoçado é uma delícia. Onde está o erro? No mau uso do que é bom. "Ah,mas tem gente se dando bem na vida." Com tantas testemunhas invisíveis a acompanhar-nos? Não escapa não.

 

            Confúcio (551-479), também conhecido como K'ung Ch'iu, K'ung Chung-ni ou Confucius, emérito pensador e filósofo chines, quando inquirido por populares sobre questões ligadas ao relacionamento humano, ele disse: –– "Paga-se a bondade com o Bem; o mal com a Justiça". Alziro Abrahão Elias David Zarur (1914-1979), famoso jornalista, radialista, poeta e escritor brasileiro, fundador e primeiro presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), analisando a infalibilidade das Ordenações Celestes, concluiu: "A Lei Divina julgando o passado de homens, povos e nações, determina-lhes o futuro". É assim que as coisas funcionam. Nosso histórico de vidas é que dá o tom ao nosso destino. Não há injustiça que não sofra correção por aquele que lhe deu causa. "Somos réus e juízes dos nossos atos bons e dos não tão bons assim", concluía Zarur.

 

            Sugerimos a você, jovem, a manter-se em oração (estudando e meditando sobre a Palavra de Deus) e em vigilância (aplicando em tudo, na vivência do dia a dia, o que você aprendeu no estudo e meditação da Palavra de Deus), sempre atento(a) as situações cotidianas a partir dos ensinamentos de Jesus Cristo, o Sublime Educador. Desse modo saberá fazer as melhores escolhas, consciente de que a realização pessoal está diretamente ligada à realização no campo do Espírito, que resulta no êxito de sua missão na Terra.

 

            "Como saber qual é a minha missão?" você pergunta. Ora, fazer o Bem, agir com Justiça. Simples assim. "Ah, é difícil. Quem vai me respeitar, sabendo que eu sou bonzinho, que eu sou boazinha?" "Bonzinho", não! "Boazinha", não! Ter boa mente, ter bom coração, saber discernir o certo do errado, sim. "Sede simples como as pombas; prudentes como as serpentes" (ensina Jesus, o Cristo Ecumênico, em seu Evangelho segundo  Mateus, capítulo 10, versículo 16).

 

            Gente, a bondade jamais ombreia com a injustiça.  Livre é quem sabe escolher as pessoas com quem se relaciona, significa que aprendeu a optar por estar junto daquelas com quem mais tem afinidade no Bem. Certamente, no convívio com nossa família e amigos, que amamos de verdade, nos sentimos mais felizes. Da mesma forma, podemos fazer essas pessoas felizes, e por isso temos que ter responsabilidade com os nossos atos, para agirmos de maneira correta com todos e, ao mesmo tempo, não deixarmos de manifestar nossas opiniões de modo ecumênico e franco, não sendo “maria vai com as outras”. 
 

            Temos de manter hábitos e ações sadias, que beneficiem não somente a nós, mas a toda a sociedade. Há tantas instituições sérias que abrem as suas portas às pessoas que querem doar-se como voluntárias das boas causas sociais. Essas oportunidades constituem a atuação militante, em várias frentes de ação, como a preservação do meio ambiente, reeducação alimentar, cursos de atualização profissional, o diálogo ecumênico, o combate ao uso de drogas, o fim da violência nas práticas esportivas, etc.
 

Responsabilidade, 

equilíbrio, disciplina.
 

            Esses são três quesitos importantes para o jovem que quer realmente aproveitar bem a sua vida. Muitos podem dizer: “Ah, deixa esse negócio de responsabilidade para quando eu for adulto, agora eu quero é liberdade...”. Mas como aprendemos com o educador José de Paiva Netto: “Libertar-se é ter, acima de tudo, discernimento espiritual”. Quer dizer, a liberdade depreende responsabilidade, pois se utilizamos mal o nosso livre-arbítrio, as consequências de nossos atos também vão nos atingir. Daí a necessidade do equilíbrio e da disciplina em nossos pensamentos, palavras e ações de modo que tudo que façamos produza bons resultados para nós e para nossos semelhantes.
 

            Quando sabemos o que é melhor para nós, firmados na Palavra de Deus, entendida "em espírito e verdade, à luz do Novo Mandamento do Divino Mestre" (Evangelho de Jesus segundo João, capítulo 4º, versículos 23 e 24; e capítulo 13, versículos 34 e 35), aprendemos a dizer “não” quando é preciso. 

 

            Por exemplo, um jovem que está passando por dificuldades pode, de maneira ilusória, pensar que a solução é tirar a própria vida, para fugir de um problema grave. Será em vão, porque "os mortos não morrem", a vida é eterna, e o resultado será mais doloroso ainda para quem se descobre mais vivo (ou viva)  do que nunca e com a sua situação agravada pela aposta equivocada na "morte" que não existe. Ou, buscar refúgio nas drogas e com sua atitude tentar influenciar os amigos que também não estiverem fortalecidos pela mensagem de Jesus. Diante de situações como essas, a pessoa, além de dizer não a essas tenebrosas experiências, que só lhe farão mal, tem a oportunidade de ajudar o amigo que passa por esse desafio, apresentando-lhe a Palavra de Deus, para que não se envolva em caminho de tantas tristezas, de tanta dor.
 

Amizade verdadeira

            Destaca o doutor Adolpho Bezerra de Menezes Cavalcanti (Espírito): “Não queiram agradar ao mundo, porque podem perder suas Almas. Não queiram amizades por amizades. A amizade verdadeira tem que ser consignada a uma finalidade superior, pelo Bem comum. Do contrário, é falsa, não existe e será derribada a qualquer momento”. 
 

            E o sempre lembrado Zarur, afirma a certa altura em seu "Poema da Amizade": 

 

            “(…) amizade se mostra é no perigo,

            No luto, na ruína e no sofrer:

            Porque, afinal, é fácil ser amigo

            Nas horas deliciosas de prazer”.

            Pensando nisso, busquemos esclarecimento e fortalecimento na Bíblia Sagrada para fazermos sempre escolhas acertadas em nossa vida, inclusive no campo das amizades, para que a verdadeira felicidade possa reinar em nossa Alma e os nossos atos sejam exemplo para a sociedade. Afinal, “Juventude perdida, nada!”.

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Livros sugeridos para o seu estudo:

(Telefone agora para: 0300 1007 940) ou (acesse: www.clubeculturadepaz.com.br)

– Bíblia Sagrada, Novo Testamento: Mateus, 10:16; João, 4: 23,24; 13: 34,34; 15: 9 a 17; 1ª Pedro, 3: 10 a 17.

– Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, Volume III, "Equação; espírito-matéria, p. 189.

– Somos todos profetas, p. 127.

– Jesus Está Chegando! (revista) edição 108, p. 48.

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