Atenção dos pais é essencial para combater o abuso sexual infantojuvenil; denuncie pelo Disque 100.
O abuso sexual infantojuvenil é um assunto que muito preocupa as pessoas cônscias de sua responsabilidade na construção de uma sociedade estável emocional e fisicamente. Diversas iniciativas a sociedade civil mobiliza para esclarecer de um modo geral quanto às medidas de proteção fundamentais que diminuam as estatísticas de violência que assustam pais, educadores e famílias inteiras.
Segundo a escritora, palestrante e promotora de Justiça do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, doutora Lindinalva Rodrigues Dalla Costa, a maior parte dos abusos sexuais contra menores de idade acontece dentro de casa, e não na rua. E o agressor pode ser um próximo ou até mesmo fazer parte da família.
A vigilância dos pais é indispensável para identificar o problema e, mais que isso, preveni-lo. Por exemplo, é dentro de casa que muitas crianças e adolescentes acessam a internet, rede mundial que criou novas e surpreendentes possibilidades para o navegador se comunicar com o resto do mundo, e com o vizinho mais próximo. Mas, como um novo espaço público de “comunicação”, a web não deve ser explorada como uma terra sem lei. E é dentro de casa que os limites precisam ser estabelecidos pelos pais, visando exatamente à proteção de seus filhos.
Muitas donas de casa já sabem que principalmente dentro de casa não devem abrir mão da sua presença no que os filhos fazem na internet. O bom é estar sempre de olho, vendo com quem os filhos conversam na web, com quem eles falam em sites de relacionamento pessoal. Tem que estar sempre dando uma olhada no que os filhos fazem diante da tela do computador, porque um momentinho em que a mãe, ou o pai, ou a pessoa responsável por eles se distrai, eles podem fazer algo que não seja muito produtivo. Então, a melhor forma das famílias se protegerem contra essa violência, contra conteúdos inadequados que existem na rede mundial de computadores é guiar, colocar senha de proteção na máquina, e também orientando eles sobre as coisas boas e as coisas erradas que existem na internet.
E isso não é nada de mais, não cerceia a liberdade deles. Afinal, orientar os filhos é mais que um direito dos pais, é dever, é a ferramenta de defesa dos pais e de toda família contra o abuso e a exploração sexual que pela web invade lares e corrompe consciências infantes.
A psicóloga Suzi Camacho recomenda o diálogo como instrumento de cumplicidade e segurança entre pais e filhos. “É muito importante falar com as crianças: 'olha, vocês vejam e chamem a mamãe; a mamãe nunca vai brigar nem bater'. Porque, normalmente, uma das formas que o explorador usa é inibir as crianças de se colocarem, é assustá-las e mostrar que, se elas contarem alguma coisa para os pais, eles nunca vão acreditar ou então vão se afastar, vão rejeitar, vão bater, ou vão coloca-las para fora de casa. Os exploradores colocam uma série de medos. Eles se mostram muito legais, sedutores, então, isso tudo a gente tem que orientar os filhos. Não se deve de forma nenhuma conversar com estranhos", alerta a especialista.
Disque 100!
Denunciar o abuso é necessário, por mais difícil e doloroso que seja. Criado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para receber denúncias de exploração sexual contra crianças e adolescentes, o Disque 100 recebe as informações, que são encaminhadas aos órgãos competentes em até 24 horas. O serviço funciona das oito horas da manhã às dez horas da noite, inclusive aos fins de semana e feriados, e a ligação é gratuita.