Familiares têm papel fundamental para ajudar o portador de Alzheimer
O mal de Alzheimer começa com pequenos esquecimentos que, progressivamente, vão se agravando a ponto de provocar confusão e desordem comportamental. O portador, aos poucos, vai perdendo a autoconsciência. O mal de Alzheimer é responsável por dois terços dos casos de demência e acomete uma em cada 200 pessoas.
A neurologista dra. Márcia Lorena Fagundes Chaves, coordenadora do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, explica que o mal de Alzheimer tem mais incidência em pessoas idosas. Segundo ela, "a doença é classificada como neurodegenerativa (diminui a funcionalidade dos neurônios) no cérebro e se manifesta pelas dificuldades de memória nas pessoas a partir dos 60 anos". No entanto, quanto mais cedo for iniciado o tratamento e o acompanhamento médico, mais chances há de se reduzir a progressão do problema.
Além da memória, outras dificuldades vão piorando ao longo do tempo e acabam tendo um impacto sobre a capacidade de desenvolver as atividades do dia; falta de independência, dificuldade de sono, mudança do padrão alimentar e agressividade podem aparecer ao longo da doença.
Em todo 21 de setembro, é lembrado o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, considerada um dos problemas neurológicos que mais afetam a população mundial. A data foi instituída pela ADI, sigla em iglês para Alzheimer's Disease International.
Atualmente, não há cura para o Alzheimer, ou ainda medicamentos que possam interromper, modificar ou mesmo impedir o desenvolvimento da doença. Entretanto há metodos preventivos, especialistas afirmam que manter a pessoa com uma boa qualidade de vida, incluindo uma alimentação saudável, e manter um cérebro ativo e com desafios são fatores efetivos na prevenção da doença.
“O que é mais estimulante é que o tratamento para doença de Alzheimer está entrando em uma nova e interessante fase, com várias novas medicações começando ensaios clínicos”, relatou a dra. Marcia Chaves. As medicações até agora disponíveis mostram benefícios sintomáticos moderados. Entretanto, um maior progresso na medicina molecular sugere outros alvos para medicações. “Muitas destas novas terapias são baseadas no melhor entendimento atual sobre a patogênese da doença de Alzheimer e são desenvolvidas para tentar lentificar ou interromper a progressão da doença”, complementou.
Familiares, equipe médica e cuidadores têm um importante papel no tratamento do Alzheimer, que visa melhorar o desempenho funcional e a qualidade de vida do paciente. "Idoso normal funciona normal", enfatizou.