Intolerância!? Basta!
20/08/2014 06:21
Dia desses li sobre o Estatuto do Idoso, e sobre a nova Lei Antifumo, uma de âmbito nacional, e a outra vigente somente em alguns estados brasileiros, e como essas legislações, uma federal, e outra estadual, provocaram um conflito entre idosos e não-idosos, fumantes e não-fumantes, tendo visto verdadeiras discussões sobre esses assuntos.
Deveres Espirituais e
Direitos Humanos
De um lado, os idosos reclamam do preconceito na hora de conseguir uma passagem gratuita para viajar de ônibus, ou da falta de respeito a preferencial numa vaga de estacionamento.
Do outro, os fumantes se dizem tolhidos no seu direito ao ‘prazer’ da nicotina, e os não-fumantes reclamando abertamente da fumaça provocada pelos consumidores do fumo. E aí me veio a lembrança o artigo "Leis, homens, etc.", do livro "Apocalise sem medo", Paiva Netto, páginas 241/2, editora Elevação, em que o autor escreve assim:
"Creio que seja válido para estes tempos de globalização observarmos que o problema não é bem de leis, mas de homens. Leis, o Brasil as tem para todos os gostos e desgostos. São tantas que chegam a taropelar-se e a ser 'convenientemente' esquecidas... Possivelmente, temo-las até para a chegada de marcianos à Terra... Serão cumpridas? E as leis injustas? Bem, isto é outro caso... Quosque tandem, Catilina?Quantas leis sejam feitas, tantas maneiras o ser humano encontrará de fraudá-las, enquanto não entender que temos solidários compromissos uns para com os outros. Isso é exercer a cidadania. É fortalecer as comunidades. Não há departamentos estanques no mundo, principalmente agora, na era da rapidez das comunicações e da constante ameaça nuclear e eletromagnética".
Já pregava sabiamente Paulo, o "apóstolo dos gentios":
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas; mas não me deixarei dominar por nenhuma delas, pois nem todas edificam” (1ª Coríntios 6: 12; e 10: 23).
Entendo que “para assegurar direitos humanos como os que estamos conquistando hoje no Brasil, necessário se faz profundamente conhecer os Deveres Espirituais que também se expressam por intermédio da Lei Universal da Reencarnação (Mateus 16: 28; Marcos 9: 1; Lucas 9: 27; e João 3: 3 a 15). A carne é apenas o revestimento do Espírito, quando vivendo na Terra como ser humano” (Livro: Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, vol. III, página 172, 1ª edição, Paiva Netto, editora Elevação).
Longe de nós
a intolerância
Na opinião de muitos, inclusive dos que não se importam se alguém está enfumaçando ou não um ambiente publico, a lei só chamou a atenção para uma característica cada vez mais presente da nossa sociedade: a intolerância.
É triste ver que pouco mudou desde que o primeiro homem circuncidou a si mesmo para garantir a higiêne íntima, e achou por bem defender o status quo, atacando abertamente o comportamento pouco ortodoxo do seu semelhante.
“A circuncisão é, na verdade, proveitosa, se observares a Lei de Deus; mas se tu és transgressor da Lei divina, a tua circuncisão já se tornou incircuncisão. Se, pois, observas a incircuncisão, os preceitos da Lei não serão porventura considerados circuncisão? E se aquele que é incircunciso por natureza, cumpre a Lei de Deus, certamente ele te julgará, porque, não obstante a letra e a circuncisão, és transgressor da Lei de Deus.
“Porque não é nascido de Deus quem apenas o é exteriormente, nem é circunciso aquele que somente o é na carne. Porém ser humano é aquele que o é interiormente, e circunciso aquele que o é de coração, no espírito, e não na letra, cujo louvor não procede das convenções humanas, mas de Deus” (Romanos 2: 25 a 29).
A verdade é que não aceitamos o diferente. É capaz de não aceitarmos nem o igual, se ele estiver junto com o diferente. Mas o pior de tudo é que não aguentamos o outro, diferente ou igual a nós.
Será que a humanidade não aprendeu nada com as guerras e as conseqüências trágicas que delas advem?
“Agora, pois, ó humanidade, que é que o Senhor teu Deus pede de ti, senão que o temas, que andes em todos os seus caminhos, o ames, e o sirvas com todo o teu coração e com toda a tua alma; que guardes os Mandamentos do Senhor, e os seus Estatutos, que hoje te ordeno, para o teu bem? Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há.
“Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz. Pois o Senhor vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e justo, que não faz acepção de pessoas, nem aceita recompensas; que faz justiça ao órfão e à viúva, e ama o estrangeiro, dando-lhe pão e roupa também” (Deuteronômio 10: 12 a 14, e 16 a 18).
Acreditar que é possível viver pelo menos um pouquinho a fraternidade, a solidariedade ecumênica, à base do respeito e da mútua colaboração na paz e no amor é urgente, é inadiável.
Somos todos
Seres Humanos
Talvez eu esteja sendo ingênuo, mas acho que o respeito é, sim, um atributo em falta na sociedade contemporânea mundial.
“Bem-aventurados os pacientes, porque eles herdarão a Terra. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados Filhos de Deus.
“Bem-aventurados sois vós, quando vos perseguem, quando vos injuriam e, mentindo, fazem todo mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os Profetas que vieram antes de vós” (Jesus, segundo Mateus 5: 5, 7, 9, 11, 12).
Sei que em certos momentos estamos humanos e noutros somos humanos; em algum momento os instintos primitivos do homem comparecem, noutros a intuição divina sublima o comportamento da gente de maneira sábia e compassiva.