A mulher, a educação, e 'o blecaute do aborto'

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            Entendo que Dia das Mães tem de ser lembrado e festejado nos 365 dias, porque o dia que não for a humanidade não resistirá sem o amparo delas, sua sábia dedicação. É delas o mais eficiente instinto de proteção aos pequeninos, e aos que cresceram também, a começar por seus próprios filhos e filhas, e netos, e sobrinhos, e alunos também. Ninguém melhor para nos inspirar no socorro à vida inocente no útero, que segue ainda cercada de perigos, a exemplo do aborto.

 

            Lamentavelmente, até por falta de dinheiro e informação, há quem proclame como aceitável esse "blecaute nos trilhões de células do organismo da gestante", como bem ilustra a especialista Lilian Piñero Eça, doutora em Biologia Molecular. Além de não darem relevância aos problemas físicos, psíquicos e espirituais, que podem ser irreversíveis na estrutura orgânica feminina, ficam alheios ao silencioso grito de dor da vida humana (sim, humana) que principia.

 

O FIM da violência começa

pela Educação da Alma

 

            Defendo sempre que dignificar a mulher é valorizar o homem, pois não existe gravidez sem mútuo consentimento de gêneros. É preciso, é urgente, é fundamental prover a menina e a mulher de todo o apoio necessário, com o acesso à educação de qualidade, a um sistema eficiente de saúde e segurança que as ouça e ampare. É dever do Estado e compromisso de todos os que militam na área da saúde pública e privada prestar atendimento completo ao gênero feminino. O respeito e uma boa orientação material e espiritual às mulheres e as meninas lhes possibilitam atingir um grau de excelência nas atribuições que exerçam, por exemplo, no papel de mães generosas, devidamente preparadas para formar cidadãos dignos que de seus ventes nasceram. Cabe aqui repetir o pensamento do educador norte-americano Charles Mclver (1860-1906): "Se você educar um homem, educa um indivíduo; mas, se educar uma mulher, educa uma família".

 

Balde de sangue

 

            Quem me conhece sabe que sempre procuro respeitar a opinião de todos. No entanto, que a consciência de preservação da vida aumente cada vez mais, de modo que não se repitam situações trágicas, similares à narrada pelo jornal "O Mensageiro", reproduzido pela "Revista André Luiz" nº. 7, em texto de Francisco Ferreira:

            "Monsenhor L. B. Lyra, num artigo intitulado Contra a nefanda lei do aborto, narra o depoimento de uma enfermeira de determinado hospital inglês: Está diante de mim um ser pequeno e impotente, ligado ainda à mãe pelo cordão umbilical. Era um menino, de cor rósea, muito bem formado. Estava ali e gemia, e quando o toquei, agitou as mãozinhas. Era uma cena que desafiava os instintos maternais de qualquer mulher, e eu, enfermeira, notei que se me revoltavam os sentimentos. Porém, aquele pequeno ser, ao invés de passar aos braços de sua mãe, para ser acariciado e amado, era atirado a um balde de metal, dando-se fim a uma vida que não teve tempo de começar’". Não é possível conceber que uma pessoa não se comova perante um drama como esse.

 

Gente boa

 

            É por existir gente boa, isto é, espíritos bons e corações bem formados, que cremos em um mundo livre da irracionalidade moral e da insensatez.

 

O corpo do bebê

é do bebê

 

            Quem traz dentro de si mesma a capacidade de dar a vida não pode tolerar a morte. Quanto às mães meninas e às mães mulheres, que tal aumentar de todas as formas o socorro a elas com políticas públicas eficazes, e combater menos as instituições da sociedade que as amparam, facilitando-lhes acesso ao mercado de trabalho, para que estudem e possam criar os seus filhos? As pessoas que, por desconhecimento de certos fatores espirituais, infelizmente ainda defendem o aborto, alegando que a mulher é dona do seu corpo, esquecem-se de que, pelo mesmo raciocínio, o corpo do embrião é do embrião, o corpo do feto é do feto, e o corpo do bebê é do bebê.

 

A política

mais inteligente

 

            A explicação para o estado atual de desequilíbrio psíquico da humanidade reside nessa constatação: desumanidade atrai desumanidade, e se espalha danosamente. Eis porque essa onda de práticas sexuais sem compromisso, a espalhar enfermidades pelas diversas regiões do planeta. No entanto, toda pessoa pode edificar um amanhã mais apreciável, sabendo que nenhuma reforma será duradoura se o ser humano não se comportar humanamente, isto é, não houver o sentido de Amor, de respeito ao semelhante, e o bom comando das gentes atuando na Alma sinceramente interessada em progredir, em elevar-se espiritualmente pelo conhecimento da Verdade e a prática da Caridade Completa.

 

            É preciso, é urgente, é inadiável que humanamente estejamos integrados em Deus, que é Amor, portanto, Caridade. Sem essa providência e perseverança nela, como preconiza Jesus, o Educador Divino, possivelmente nem saberemos por onde começar. Acrescente-se a tudo isso a consequente boa saúde de nossas Almas.

 

            Nosso conselho é que você busque nas boas obras e na oração os nutrientes do Céu. Não podemos desprezar o Alimento Celeste, com o qual o Criador sustenta Suas criaturas. Deus é superior aos limites que o ser humano queira impor a Ele mesmo. A integração verdadeira em Deus e em Sua Lei, expressa pelo Divino Mestre no Seu Novo Mandamento segundo João, capítulo 13, versículos 34 e 35, é a reforma que falta ter início no seio das nações da Terra.

 

            Dito isso, passamos a compreender que o Amor não é degradação de corpos nem de mentes, e sim a Força de Deus, da Sabedoria Suprema em nós, ou lá como pensem os Irmãos ateus acerca dos assuntos mais elevados. Amar é um ato de coragem. Já dissera alguém: Quem ama, não mata. Sim! Se você não se sente preparado ou preparada para aceitar uma nova vida humana que está por vir, previna-se! Há tantos recursos lícitos, naturais, à disposição, além do indispensável senso ético, disciplinar...

 

            Por que considerar como indesejável o que na prática foi consensual? A política mais inteligente que um indivíduo pode conceber, contempla o correto entendimento do axioma de Confúcio (551-479 a.C.): Paga-se a Bondade com a Bondade, e o mal com a Justiça”. Ou seja, é imperioso ter bom senso; é preciso saber viver responsavelmente.

 

As mães e

os filhos das mães

 

            De fato, atravessamos época de transformações profundas. Daquelas que pesado tributo pagam ao exagero. É o vale-tudo. E nem as mães escapam. Chegou a ser de “bom gosto”, para alguns, falar-se mal delas... Eis a civilização do absurdo, que tanta coisa deseja sem saber o que verdadeiramente quer. “Vade retro!”. Freud explica... Explica?! Porém tudo se altera e passa...

 

            Sacudida a Árvore Sociedade, caídos os galhos secos, as folhas murchas, os frutos podres, que impediam seu correto desenvolvimento, a planta sempre rejuvenesce, torna a florescer. É a vitória da vida, o sucesso do Bem. Tudo passa, realmente passa, menos o Bem. Por quê?! Ora, por quê! Deus é Amor, é o Bem, e nada existe fora Dele, afirmava o radialista, jornalista e ativista social Alziro Zarur (1914-1979). Quem declarar que não quer ser amado (ou amada) está doente ou mentindo, o que resulta no mesmo...

 

A vida humana

começa na fertilização

 

            É conhecimento geral que no Brasil maio é o mês da mães. Mães genitoras, mães educadoras, mães babás, mães empreendedoras enfim, que guiam filhos para gestarem uma vida digna, melhor. É delas o mais eficiente instinto de proteção aos pequeninos, a começar pelos esculpidos no seu ventre, filhos carnais. Ninguém melhor do que a mãe (a boa mãe) para nos inspirar no socorro à vida inocente no útero, que segue ainda cercada de perigos, a exemplo do aborto.

            Lamentavelmente, até por falta de informações, há quem proclame como aceitável esse "blecaute nos trilhões de células do organismo da gestante", como bem ilustra a
especialista Lilian Piñero Eça, doutora em Biologia Molecular. Além de não darem relevância aos problemas físicos, psíquicos e espirituais, que podem ser irreversíveis na estrutura orgânica feminina, ficam alheios ao silencioso grito de dor da vida que principia.

 

            Dia desses, zapeando (meu controle remoto sabe o quanto ele sofre nas minhas mãos inquietas por conteúdos sérios, altamente relevantes), zapeando, descobri a Boa Vontade TV (canal 20 da SKY), no momento em que a dra. Alice Teixeira Ferreira, médica e professora livre-docente do Departamento de Biofísica da Universidade Federal de São Paulo, falava sobre vida uterina. Ela assegura que "a vida se inicia na fertilização do óvulo pelo espermatozoide. Então, se forma no primeiro dia. (...) A partir desse ponto forma-se um ser humano caracterizado pelos seus 46 cromossomas, metade vinda do pai e metade vinda da mãe, mas ele é totalmente diferente do pai e da mãe. Ele tem um genoma que lhe é específico e irreproduzível. (...) Dito isso, não tem base científica nenhuma essa história de que só é ser humano na hora que forma o tubo neural, aos 14 dias. É um absurdo. (...) Cada vez se acumulam mais e mais evidências de que o ser humano se inicia na concepção".

 

Pela Vida

 

            Das profecias bíblicas — que tanto despertam a atenção dos que dela tomam conhecimento — uma refere-se ao vaticínio de Jesus, em Seu Sermão Profético. Ao valer-se do forte aviso de Daniel (capítulo 11, versículo 31, e capítulo 12, versículo 11, no Antigo Testamento), Ele anuncia derradeiros fatos do ciclo apocalíptico que se encerra:

 

            “— 15 Quando, pois, virdes a abominação da desolação de que falou o Profeta Daniel, no lugar santo, quem lê entenda (qui legit, intelligat). 16 então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes (...) (Evangelho de Jesus segundo Mateus, 24:15 e 16).

 

            Ora, que lugar mais santo no mundo pode existir além da intimidade das criaturas de Deus, o coração, o cérebro, a Alma das pessoas?

 

            Deixo à reflexão principalmente daquelas que são mães e tiveram a oportunidade ímpar do emblemático contributo na geração da Vida: imaginem o útero materno!... Lugar sagrado e santo! Ele abriga a Vida, cuja existência preexiste à fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Nossa origem encontra-se no Mundo Espiritual! É algo simples de ser compreendido por elas, porquanto nada há de mais potente e perscrutador que o coração maternal.

 

            Cora Coralina (1889-1985), pseudônimo adotado por Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, dona de casa que trouxe à luz quatro filhos, doceira de profissão, natural da cidade de Goiás/GO (conhecida também como Goiás Velho), com apenas o ensino primário, publicou seu primeiro livro aos 75 anos. Laureada com diversos prêmios e, em 1983, agraciada com o título de doutora honoris causa pela Universidade Federal de Goiás, pôde brilhantemente salientar:

 

            “— Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. Portanto, se tens o dom divino de ser mãe, em ti está presente a Humanidade”.

 

            Flexa Dourada (Espírito), pela psicografia do sensitivo-Legionário Chico Periotto, endereça a todas as mães esta belíssima mensagem:

 

            “— Cada criança que nasce na Humanidade é uma luz que se acende por Deus, por Jesus e pelo Espírito Santo. A mãe mostra a beleza que é o convívio da família com a criança no lar. O pequenino é a flor com que Jesus a presenteou.

 

Defesa legal

do feto

 

            No Artigo 2º do Capítulo 1º (Da personalidade e da capacidade) do Título I (Das pessoas naturais) do Código Civil brasileiro, de 2002, encontramos:

 

            “— A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.

 

            Aliás, uma das grandes bandeiras que desfraldamos é lutar pelo direito constitucional do feto, garantindo-lhe a prerrogativa legal de nascer e viver, porque quem desconhece os Deveres Espirituais não saberá respeitar os Direitos Humanos em sua inteireza, incluídos os das vítimas. Eles vão além dos patamares atingidos pelos seus mais atilados defensores, na maioria das vezes adstritos à análise dos fatos pelo critério unicamente material, o que não é suficiente. Cidadania, no seu significado lato, não se restringe ao corpo do cidadão, porquanto provém de seu Espírito Eterno. (...)

 

O verdadeiro sentido

de preocupação social

 

            O relatório oficial de um estudo do Senado dos Estados Unidos feito em 1981, do qual participaram os maiores especialistas no assunto, diz exatamente que “— médicos, biólogos e outros cientistas concordam que a concepção marca o início da vida de um ser humano — um ser que está vivo e que é membro da nossa espécie. Há uma esmagadora concordância sobre este ponto num sem-número de publicações de ciência médica e biológica(Report, Subcommittee on Separation of Powers to Senate Judiciary Committee S-158. 97th Congress. 1st Session 1981, p. 7.).

 

            Numa entrevista ao portal de notícias Zenit, em 3 de março de 2006, a professora doutora Alice Teixeira Ferreira, então do Departamento de Biofísica da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM), comenta:

 

            “— Cientista que diz não saber quando se inicia a vida humana está mentindo. Qualquer texto de embriologia clínica (ou humana) afirma que se inicia na concepção. Em 1827, com o aumento da sensibilidade do microscópio, permitindo visualizar o óvulo e os espermatozoides, Karl Ernst von Baer descreveu a fecundação e o desenvolvimento embrionário. Os médicos europeus, frente tais evidências, passaram a defender o ser humano desde a concepção, contra o aborto. (...) É um fato científico e não um dogma da Igreja Católica ou de qualquer religião. Para não dizer que está ultrapassado, os embriologistas, em 2005, afirmam não só que a origem do ser humano se dá na fecundação como, do ponto de vista molecular, a primeira divisão do zigoto define o nosso destino. (Os destaques são nossos.)

 

Articulam

estatísticas alteradas

 

            (...) Eis o sinal de que uma cultura cruel se espalha no seio da sociedade. É um ato brutal contra a existência das mães e dos bebês, que precisa ser combatida com a iluminadíssima educação que Deus disponibiliza eternamente aos que desejam sinceramente corrigir-se.

 

            Enquanto esse despertar do Ser não vêm, lamentavelmente números estatísticos ligados ao assunto muitas vezes são manipulados com o fim de conquistar o apoio de populações ao aborto, pretensamente para proteger a saúde feminina. Bem que há um número imenso de criaturas que resistem a essa pressão. Observamos isso num trabalho desenvolvido pela dra. Maria D. Dolly Guimarães, da Federação Paulista dos Movimentos em Defesa da Vida, datado de 22 de junho de 2007 (https://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=235421). Ela argumenta:

 

            “— Fala-se de milhares de mulheres que a cada ano morrem no Brasil por causa do aborto clandestino e consequentemente malfeito.

 

            “— As estatísticas oficiais do Ministério da Saúde registram menos de duzentas mortes maternas por esta causa e nestes últimos anos o número tem constante e sensivelmente diminuído (de 344 em 1980 a 114 em 2002) sem que houvesse nenhuma mudança de legislação.

 

            “— Sem dúvida trata-se de um número subestimado, mas com certeza não é subestimado o número total, ou seja, por todas as causas, de mortes maternas a cada ano, visto que a morte por aborto é a terceira ou quarta causa. Portanto, as mortes por aborto podem ser calculadas ao redor de 500 ou menos a cada ano.

 

            “— Dado sem dúvida preocupante e que é nosso dever diminuir, mas não se trata de “milhares de mortes”. (Interessante é que em nosso país morrem mais mulheres ao ano — cerca de 3.000 — por contato com plantas e/ou animais venenosos do que por aborto e até agora essa não é uma questão de saúde pública!) (...)

 

            “— Outra afirmação que não corresponde à verdade, quando se discute sobre o aborto, é dizer que com a legalização diminuiria o número deles. Se isto está acontecendo em alguns países europeus (França, Alemanha, Holanda e Bélgica) é porque nestes países está diminuindo a natalidade como um todo e, portanto, também o número de abortos.

 

            “— Mas na grande maioria das nações que o legalizaram, o número destes continua aumentando ou se estabilizou em valores bem superiores aos que se registravam antes da legalização. Exemplo típico é dos EUA, onde ocorrem cerca de um milhão de abortos legais a cada ano, enquanto antes da legalização o número não passava de duzentos mil.” (...)

 

Paulo Francis:

'O aborto é degradante'

 

            Em 27 de janeiro de 1991, o polêmico jornalista Paulo Francis (1930-1997) reconsiderava seu parecer, em O Estado de S. Paulo:

 

            “— A princípio, eu achava questão líquida em favor do aborto. Como muitas deduções tiradas de abstrações intelectuais, a experiência foi modificando essa posição. (...) O descaso com que engravidam e “despacham” fetos para o além, o que quer que seja o além, me causa um certo asco. Um milhão e meio de abortos por ano. É demais. (...) É degradante (...)”.

 

            Muito oportuna aqui também a palavra de Renato Godinho, de Joinville/SC, postada no site Observatório da Imprensa, em 05/09/2005:

 

            “— Antes de legalizar a prática do aborto, para proteger a saúde da mulher, temos de pensar uma sociedade em que a mulher não tenha motivos para eliminar seu filho”.

 

Corrupção e "impunidade"

 também matam

 

            Você que me lê, há de convir que não é liquidando existências no ventre materno, que se resolverão os problemas sociais e as crises de consciência dos que sabem do equívoco que desencadeiam, expulsando uma vida dita “indesejada”, mas em franco desenvolvimento. Estes carecem de solução legítima que combata, por exemplo, a impunidade. Esta estabelece a corrupção pandêmica, que afeta ou impede a tomada e a sustentação de medidas efetivas quanto à saúde, ao estudo, à segurança, aos direitos inalienáveis do indivíduo e das multidões.

 

            O aborto é um crime, que fere com a morte vidas inocenes, convocadas por nós mesmos ao seio da vida humana. E igualmente a pena de morte não representa alternativa ao crime, pois, como já afirmei, ela só pega (no plano material) ladrão de galinha. Mas no plano espiritual... Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também colherá” (Paulo aos Gálatas 6:7). Somos réus e juízes de nós mesmos no Mundo da Verdade. Ajamos bem hoje, para não lamentarmos depois.

 

A vida

por um instante

 

            Renomado jurista brasileiro, o dr. Ives Gandra Martins, homem apaixonado pela Vida, ao ser questionado sobre o projeto de Lei no 1.135/91, que chega ao desatino de propor a legalização do aborto até o nono mês de gravidez, convida-nos a uma profunda reflexão ao comentar: "— O que vale dizer que seria crime um instante depois do parto e deixaria de sê-lo um instante antes do parto.

 

            De fato a necessidade como já dissemos: espiritualizar as criaturas é urgente.

 

A Alma

da Humanidade

 

            Ora, a Mulher, bafejada pelo Sopro Divino, é a Alma de tudo, é a Alma da Humanidade, é a boa raiz, a base das civilizações, a defesa da existência humana. Qual mãe deseja ver seu filho morto na guerra ou por traficantes em plena rua de casa? Ai de nós, os homens, se não fossem as mulheres esclarecidas, inspiradas, que se permitiram iluminadas pelo Pai Celeste! Charles McIver (1860-1906), educador norte-americano, escreveu certa vez que “— o caminho mais econômico, fácil e certo para a educação universal é educar as mulheres, aquelas que se tornarão as mães e professoras de gerações futuras.

 

            Verdade seja dita, homem algum pouco realiza de verdadeiramente proveitoso em favor da Paz se não contar, de uma forma ou de outra, com a inspiração feminina. Realmente, arremata Mclver, porque se você educar um homem, educa um indivíduo; mas se educar uma mulher, educa uma família.

 

            Apropriada também a assertiva do escritor, cientista e filósofo alemão Johann Wolfgang von Goethe (1749- 1832): O homem digno irá longe guiado pelas boas palavras de uma mulher sábia.

 

Educação como

 antídoto ao aborto

 

            A educação encurta a distância entre as pessoas. É eficiente antídoto contra a violência, a criminalidade, as doenças, ao abandono, o aborto, e a tudo o mais que dificulta o crescimento salutar de um povo.

 

            Em artigo que escrevi para o jornal “Folha de S. Paulo”, em 27 de julho de 1986, eu disse que instrução é aquela que se aprende na escola, no colégio, na universidade, e que deve ser associada ao lar, em forma de Educação. Essa aliança é imprescindível. Sem Instrução e Educação não há progresso.

 

            Todavia, instruir e educar não é somente ensinar a ler, a mergulhar nos livros. Trata-se, acima de tudo, de iluminar a inteligência para as funções harmônicas do Ser Humano na sociedade. Aliás, esta infraestrutura tem de ser permanentemente fortalecida. Quanto pior o ensino, pior o presente e o futuro. Portanto, ensinar não é apenas transmitir o bê-á-bá da ciência terrena, mesmo que seja a mais elevada Matemática, a Física, a Química, a Astronomia etc. Se não houver o bom alimento para a Alma — iluminada pela espiritualização, que significa mais que educar, e sim reeducar —, esse aprendizado ultra instrutivo levará o Ser Humano, sem tal boa nutrição, a conduzir o pensamento para atos cada vez mais destruidores.

 

            Vejo a insipiência de gente bem instruída a considerar que se combate um mal com um mal maior. Educar é transformar, reeducar, sob os auspícios da Paz, do Amor e da Justiça, bafejada pela Bondade, e, assim, sublimar o caráter. Sem Instrução e, sobretudo, Educação não existe o amanhã.

 

PELA VIDA CONTINUA


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