Engarrafou. E agora? Dicas para manter a calma no Trânsito.

Janine Martins portal BoaVontade.Com/ Brasília-DF

            cada ano, parece que o tráfego de veículos fica pior. O motivo: cada vez mais carros estão em circulação. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) indicam que a frota brasileira aumentou, mais de dois milhões de carros entraram em circulação nas vias brasileiras a cada ano, o que explica o porquê de vias cada vez mais cheias e mais engarrafadas.        

 Campanhas pela redução

            no número de mortes          

            constatação de que cerca de 1,3 milhão de pessoas morreram em 178 países em acidentes de trânsito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), fez com que o Ministério das Cidades e o Denatran se unissem para pedir aos motoristas mais respeito às leis do trânsito. Segundo a OMS, a maioria dos acidentes foi provocada por erro humano.

            A campanha da Semana Nacional de Trânsito –– que no ano de 2011 teve como tema Juntos Podemos Salvar Milhões de Vidas, foi lançada em Salvador (BA) –– está inserida na Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito, instituída em 2010 pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é reduzir pela metade os índices de mortes decorrentes de acidentes de trânsito em todo o mundo, entre 2011 e 2020. 

            Paralelamente, 22 de setembro é a data de celebração do Dia Mundial sem Carro, que tem como objetivo conscientizar os cidadãos sobre os possíveis prejuízos do uso excessivo de carros e motocicletas em detrimento de meios de transporte que possam promover a sustentatibilidade tão necessária nesses tempos que vivemos.

            Dados do Denatran) mostram que, nos últimos 10 anos, o número de carros circulando nas grandes cidades brasileiras aumentou aproximadamente uma vez e meia. Algumas capitais como Brasília e Manaus experimentaram um aumento no número de carros ainda maior. Em 2003, a Capital Federal tinha uma frota de 557 mil automóveis. Em setembro de 2013, a marca chegou a 1,08 milhão, sofrendo um aumento de 90%.

            O número de venda de automóveis no Brasil está chegando a níveis históricos. Estimulados pelas baixas taxas de juros, redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e pela boa fase da economia do país, os brasileiros estão comprando mais carros do que nunca. Em abril de 2013 foram comercializadas 333 mil unidades em todo o país. Nos primeiros quatro meses do ano, o número de veículos vendidos bateu a marca de 1,164 milhão. A situação está tão complicada que em junho de 2012, São Paulo registrou o maior congestionamento de sua história, batendo a marca de 292km.

            Curiosamente, contrariando as expectativas, a quantidade de ônibus nessas grandes cidades cresceu de forma semelhante à de carros. Em alguns casos, o crescimento do número de coletivos em pontos percentuais superou o de automóveis, como no Rio de Janeiro. Enquanto a frota de carros cresceu 44%, de acordo com os dados do Denatran, a de ônibus cresceu 63% entre 2003 e 2013. Ainda assim, a capital fluminense, como outras grandes cidades do Brasil ainda enfrenta grandes problemas de mobilidade urbana e que não devem ser resolvidos tão cedo.

            Para Eva Vilder, professora da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a causa do problema no trânsito das cidades brasileiras não é a maior quantidade de carros circulando pelas ruas, mas a cultura da população em relação ao uso dos automóveis. "Não são as cidades que devem se adaptar à maior quantidade de automóveis nas ruas. O uso do carro que deve ser planejado", ensina a professora. Ela explica que as pessoas insistem em trafegar pelas principais vias da cidade nos horários de pico, e que não há cidade no mundo que suporte esse fluxo.

            Profa. Eva defende que, para percursos mais curtos – que cheguem a quatro quilômetros – sejam feitos a pé, de bicicleta ou mesmo com transportes públicos. Inclusive, segundo a professora, os carros são usados atualmente de uma forma diferente daquela que foram planejados: Quando Henry Ford desenvolveu seu carro, ele pensou em veículos de passeio, para lazer, comenta.

Mudança de

comportamento ao volante

            Algumas mudanças de comportamento podem melhorar o trânsito das grandes cidades mesmo sem precisar deixar o carro em casa. “Uma coisa que as pessoas podem fazer é diminuir o uso do celular enquanto dirigem”, comenta. Ela explica que estudos realizados pela Poli-UFRJ demonstram que motoristas perdem muito tempo digitando ou falando no celular. Essa simples mudança de hábito, segundo Vider, já significa uma diminuição do tempo perdido no trânsito.

            Outra mudança apontada pela profa. Eva Vilder para melhorar o fluxo de automóveis nas cidades se refere ao horário em que os motoristas saem de casa. Há alguns anos atrás, para eu chegar ao trabalho às 8h, saía de casa às 7. Hoje, preciso sair às 6h30”. Ela defende que os motoristas reprogramem seu cotidiano para evitar os horários de pico, quando o fluxo é maior.

Políticas erradas

contribuem para o trânsito ruim

            Criado em 1997, o rodízio de veículos em São Paulo-SP divide opiniões em relação à sua efetividade. Fábio Feldman, secretário de Transportes do município na época em que a medida foi criada, defende que, atualmente, o número de carros tirados das ruas paulistanas nos meses de rodízio chega a 1,4 milhão. Eva não tem uma visão muito otimista sobre a medida. “O rodízio não é uma boa solução. Na verdade, ele aumenta o número de carros que cada família tem”, critica. Ela defende que, para escapar do rodízio, as pessoas passam a comprar carros com placas diferentes, sempre colocando pelo menos um carro na rua.

            Feldman discorda. Para o consultor, as pessoas até podem ter dinheiro para comprar um carro novo, mas, a longo prazo, podem não ter para mantê-lo. “Elas terão de pagar dois IPVAs (Imposto sobre Veículos Automotores), dois seguros, duas manutenções, dois combustíveis. É um grande impacto para o orçamento da família”.

            Em um ponto, porém, a profa. Eva Vilder e Fábio Feldman concordam: para o rodízio dar certo, é preciso investimento maior em transporte público e maior conscientização dos motoristas.

 

Frota de veículos 

em algumas capitais do Brasil

 

São Paulo (SP)

1a- Frota de automóveis em 2003: 3.298.215
1b- Frota de automóveis em 2013: 4.940.944

 

2a- Frota de ônibus em 2003: 28.171
2b- Frota de ônibus em 2013: 40.898
 

3a- Extensão das linhas de metrô em 2012: 65,3km
3b- Número médio de usuários de metrô por dia em 2012: 3,7 milhões


4a- Extensão das linhas de trem em 2011: 260,8km
4b- Número médio de usuários de trem por dia em 2011: 2.3 milhões

 

Rio de Janeiro (RJ)

1a- Frota de automóveis em 2003: 1.232.978
1b- Frota de automóveis em 2013: 1.806.443
 

2a- Frota de ônibus em 2003: 10.298
2b- Frota de ônibus em 2013: 17.061
 

3a- Extensão das linhas de metrô em 2013: 41km
3b- Número médio de usuários de metrô por dia em 2013: 645 mil
 

4a- Extensão das linhas de trem em 2010: 270km
4b- Número médio de usuários de trem por dia em 2010: 600 mil

 

Porto Alegre (RS)

1a- Frota de automóveis em 2003: 396.783
1b- Frota de automóveis em 2013: 564.608
 

2a- Frota de ônibus em 2003: 3.177
2b- Frota de ônibus em 2013: 4.918
 

3a- Extensão das linhas de trem em 2013: 39
3b- Número médio de usuários de trem por dia em 2013: 184mil

 

Brasília (DF)

1a- Frota de automóveis em 2003: 557.660
1b- Frota de automóveis em 2013: 1.0085.274
 

2a- Frota de ônibus em 2003: 5.995
2b- Frota de ônibus em 2013: 9.594
 

3a- Extensão das linhas de metrô em 2013: 42km
3b- Número médio de usuários de metrô por dia em 2013: 130 mil

 

Recife (PE)

1a- Frota de automóveis em 2003: 226.744
1b- Frota de automóveis em 2013: 368.819
 

2a- Frota de ônibus em 2003: 2.336
2b- Frota de ônibus em 2013: 4.196
 

3a- Extensão das linhas de metrô em 2013: 39,5 km
3b- Número médio de usuários de metrô por dia em 2013: 225 mil

 

Manaus (AM)

1a- Frota de automóveis em 2003: 124.840
2b- Frota de automóveis em 2013: 305.614
 

2a- Frota de ônibus em 2003: 3.179
2b- Frota de ônibus em 2013: 7.606

Boa postura também

influencia na direção 

            A Semana Nacional do Trânsito  que, como já dissemos, tem por objetivo mobilizar tanto organizações estatais quanto a sociedade civil para a importância da conscientização de cada um  convoca motoristas, motociclistas, ciclistas e até mesmo os pedestres a construir um trânsito menos violento. 

            Para dirigir bem e de forma consciente, é essencial ter boa postura ao volante e sentir-se confortável, o que também é importante para evitar possíveis dores na coluna. Fique atento:

– Evitar tensões: Dirija com os braços e pernas ligeiramente dobrados.

– Ângulo de 90º: Apoie bem o corpo no assento e no encosto do banco.

– Na altura dos olhos: Ajuste o encosto de cabeça de acordo com a altura dos ocupantes do veículo.

– Duas mãos: Segure o volante como os ponteiros do relógio na posição de 9 horas e 15 minutos. Assim, você enxerga melhor o painel, acessa os comandos do veículo com mais facilidade e, nos veículos com air bag, não impede o funcionamento do mecanismo.

– Evite apoiar nos pedais: Procure manter os calcanhares apoiados no assoalho do veículo, quando não estiver usando.

– Calçados adequados: Para acionar os pedais rapidamente e com segurança use calçados que se fixem bem aos pés.

– Cinto de segurança: Mantenha o equipamento ajustado firmemente ao seu corpo.

 

Vai sair de carro?

Observe itens para a segurança

            Além da consciência para as ações de cada um, é importante observar as condições gerais do veículo com certa frequência. Todos os sistemas e componentes do seu veículo se desgastam com o uso, e isso pode prejudicar o funcionamento de outros componentes e comprometer a sua segurança. Isso pode ser evitado, observando a vida útil e a durabilidade definida pelos fabricantes para os componentes, dentro de certas condições de uso. 

            Para manter o veículo em condições seguras, o motorista deve criar o hábito de fazer periodicamente a manutenção preventiva. Ela é fundamental para minimizar o risco de acidentes de trânsito. Uma manutenção feita em dia evita quebras, custos com consertos, ficar retido em trecho perigoso do trajeto e, principalmente, acidentes. 

            Já antes de sair com o veículo no dia a dia, pelos menos uma vez por semana, é importante que o motorista verifique alguns itens – ou pelo painel do carro ou sob o capô –, como a água do radiador nos veículos refrigerados a água, o nível de óleo de freio, do motor e de direção hidráulica. 

            Para não ser pego desprevenido em casos de chuva, é importante observar as palhetas do limpador de para-brisa, que devem ser trocadas sempre que estiverem ressecadas; e também o nível de água do sistema limpador de para-brisa, para quando for necessário limpar os vidros. 

            Também é importante sempre observar o funcionamento dos faróis, das lanternas dianteiras e traseiras, das luzes indicativas, como a seta e a luz de freio. Além disso, verificar a calibragem e as condições de uso dos pneus e o funcionamento dos cintos de segurança.

Evitar o

estresse do trânsito

            Muita gente se pergunta como fugir do estresse causado pelo longo tempo na direção e manter a calma no trânsito? Segundo o psiquiatra Júlio César Fontana Rosa, da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego e professor da Universidade de São Paulo (USP), é muito importante não carregar preocupações do trabalho ou de casa para o volante:

            "O estresse vem carregado de coisas de fora dali e, além disso, não vamos esquecer, há pessoas e pessoas; temos pessoas que já são irritadas por natureza; temos tudo para acontecerem grandes problemas.

            "Nesses momentos, o ideal é manter a calma e buscar formas de relaxar. Por exemplo: Pensando no som, ouvir uma boa estação de rádio pode ajudar e muito a desanuviar um pouco; você fica mais tranquilo com uma música, um bom programa de entrevistas. É algo que te ocupa e desloca um pouco o foco da sua atenção; sem dúvida, ajuda! (...) Eu uso muito esse elemento, a notícia, porque é um momento em que, já que eu estou parado no trânsito, aproveito para me informar, para ouvir a opinião de alguém sobre determinado assunto relevante”.

Rádio Boa Vontade

contribui para a paz no trânsito

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           O conteúdo de espiritualidade ecumênica que a programação da Super Rede Boa Vontade de Comunicação apresenta a seus ouvintes foi destacado pelo dr. Júlio César Fontana Rosa como uma forma de aproveitar melhor o tempo que se passa retido no trânsito:

            "Vocês têm uma rádio com um conteúdo religioso; por que não, nesse momento, eu me deter mais nessa emissora para ouvir as pessoas que vocês convidam para falar sobre assuntos que me interessam? Eu posso, então, aproveitar esse momento, porque isso ajuda muito".

Vá sem pressa,

faça uma prece! 

            jornalista, radialista e escritor José de Paiva Netto, presidente das Instituições da Boa Vontade, sempre tem chamado a atenção das pessoas para que tomem cuidado com o trânsito nas estradas e nas metrópoles: 

            Num editorial do jornal Folha de S. Paulo, de maio de 1994, encontrei este pensamento de Goethe (1749-1832): A morte é, de certa forma, uma impossibilidade que, de repente, se torna realidade.

            "Realmente, a maioria das pessoas não pensa que um dia terá de passar desta para melhor ou para pior, de acordo com o seu comportamento na Terra. O grande equívoco da humanidade é viver como se depois da morte nada houvesse. Certamente, conforme nos revelam os Mentores Espirituais, um dos maiores dramas na Pátria da Verdade é a chegada de multidões livres das algemas da carne, mas completamente ignorantes do que seja o Mundo Invisível. 

            Sobre violência no trânsito o conteúdo desta página, infelizmente, é atualíssimo:

            (...A frase do grande poeta alemão Goethe reflete com admirável precisão a maneira como muitos encaram a morte. E não resta dúvida de que essa visão é especialmente comum entre os jovens, cuja inexperiência aliada a um arrebatamento natural como que lhes confere um sentimento de onipotência e imortalidade. E esse sentimento, por ser extremamente enganoso, tem muitas vezes consequências terríveis. As mais notáveis e perversas se fazem ver no alto índice de envolvimento de jovens em acidentes de trânsito no mundo inteiro. Desastres do tráfego já são a principal causa de morte nessa faixa etária, fazendo mais vítimas do que a aids ou outras doenças incuráveis.

            Não adianta dispor leis para seres humanos. É preciso prepará-los para a Lei. O Código de Trânsito Brasileiro já existe. Todos sabem que têm de utilizar o cinto de segurança, diminuir a velocidade e respeitar sinais e faixas. No entanto, por que muitos não cumprem essas normas? Talvez porque não valorizem a própria existência. A campanha Vá sem pressa, faça uma prece!, criada pela Legião da Boa Vontade, visa à conscientização de motoristas e pedestres, para que venham a acatar as leis de trânsito por Amor à sua vida e à dos semelhantes. 

            Fica aqui, portanto, a nossa contribuição para o fim da violência no trânsito, de forma que a velocidade irresponsável ainda existente nas mentes e nos corações dos que ocupam ruas e estradas com seus carros, se sublime em atos cada vez mais velozes de socorro às pessoas em situação de pobreza e de respeito a todos. O nosso lema é: Educação e Cultura, Alimentação, Segurança, Saúde e Trabalho com Espiritualidade Ecumênica também no Trânsito.

Trânsito livre

 para a Vida

            Lamentavelmente, poucos refletem no fato de que, no Brasil, o trânsito tem feito, por mês, um número maior de vítimas do que muitas guerras. Boa parte desses casos não ocorreria se motoristas e pedestres fossem mais prudentes e observassem dicas simples ao conduzir um veículo ou ao atravessar uma rua. Atitudes iguais a essas evitariam o sofrimento de milhares de famílias e o prejuízo que, todos os anos, é superior a R$100 milhões, gasto que o País tem em consequência dos acidentes de trânsito. 

            Por isso, é fundamental: 

– não dirigir cansado, sob a influência de emoções ou sob efeito de bebidas alcoólicas e/ou de qualquer substância entorpecente; 

– não trafegar acima dos limites de velocidade; 

– usar constantemente o cinto de segurança;

– conhecer bem o veículo que se dirige e mantê-lo em boas condições de funcionamento; 

 desenvolver uma direção defensiva, prevenindo, dessa maneira, acidentes; e 

– levar as crianças até 10 anos de idade no banco traseiro do carro. 

            A conscientização é o primeiro passo para o fim da “guerra” nas estradas e ruas brasileiras. É importante, acima de tudo, que a boa vontade esteja presente entre motoristas e pedestres. Somente assim viveremos, todos nós, em paz no trânsito!

 Prece do Motorista

            Extraída da Revista Boa Vontaden° 26, de agosto de 1958, esta oração ficou famosa na interpretação radiofônica do radialista e ativista social Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da LBV. Faça essa prece sempre que for dirigir: 


            Jesus Cristo, meu Senhor:

            Quero que sejas a Luz dos meus olhos,
            para que eu veja sempre o caminho certo!

            O Guia de meus braços,
            para que eu me dirija sempre para o Bem!

            A Força de minha vida,
            para que eu resista na luta diária pelo pão!

            O meu Amigo constante,
            para que eu sirva a todos com Boa Vontade!

            O Amor de meu coração,
            para que eu ame a todos como a mim mesmo!

            Que a Paz de Deus esteja agora e sempre consoco.

            E, Viva Jesus!"