Vocês são testemunhas da minha profunda preocupação com a ação suicida de delinquentes que circulam pelas vias brasileiras dirigindo um veículo automotor ou guiando uma motocicleta.
Gente de todas as idades, de todas as etnias, na quase totalidade do gênero masculino, oriunda de todos os segmentos sociais, portadora de preocupante enfermidade na alma, que faz dos seus carros leves, carros pesados, motociclos, instrumento para exibir prepotência, subverção da Lei de Trânsito, pondo em risco até a própria vida pelo gozo da velocidade excessiva.
Meditando sobre essa questão, li o livro Os Mensageiros, de André Luiz, na psicografia de Francisco Cândido Xavier, no capítulo em que aparece uma oportuna palestra de Telésforo (Espírito que vive e trabalha na Espiritualidade Superior), assim chamado o “lidador da comunicação” – despertado que fui, ouvindo a magistral interpretação dos fatos na Rádio Boa Vontade pelo escritor José de Paiva Netto.
Resolvi incorporar trecho daquela palestra com intervenções minhas, pessoais, na coluna Mobilidade, com o intuito não só de aclarar as mentes e os corações, mas na esperança de que muita gente desperte para as realidades que somente os do Bem, segundo o conceito de Deus, poderão desfrutar nesse Terceiro Milênio das Nações, pois “os tempos chegaram” realmente.
Aí você me pergunta: “O que essa lição tem a ver com acessibilidade, mobilidade, trânsito?” Acredito que tudo a ver. “O ser humano é quem realiza o mundo: se ele estiver espiritualmente mal, a humanidade não poderá sentir-se bem. É matemático.”
Tem até gente que “pensa que ter liberdade é possuir o direito de fazer o mal; é um caso concluso de psicopatia.” Outros dizem: “Liberdade! Mas não têm Fraternidade; é condenação ao caos.”
Portanto, esse texto, ainda que mostre as consequencias dos nossos maus pendores, precipuamente foca na origem das coisas, na causa, no compromisso que toda pessoa tem de se fazer melhor, contribuindo para o aperfeiçoamento do meio que a cerca pelo exemplo dentro e fora do lar.
E além do mais, temos que aceitar de uma vez por todas o fato de que somos todos seres humanos, habitantes do mesmo planeta, e nosso dever é entendermo-nos fraternalmente. “Se não suplantarmos o difícil hoje, poderemos ser esmagados pelo impossível amanhã.” Compreendeu?
A Ciência progride vertiginosamente em todo o mundo, e, no entanto, à medida que se suprimem sofrimentos do corpo, se multiplicam confortos, facilidades e rapidez, multiplicam-se igualmente as aflições da Alma. O ser humano domina, cada vez mais, a paisagem exterior que lhe constitui moradia, embora não se conheça a si mesmo.
Atendida, porém, as necessidades do corpo às expressões do sentimento virtualizado pela sofrega importância que dá a aparência das coisas, revela as necessidades da Alma e vemos agora a criatura humana assoberbada de problemas graves, não só pelas deficiências de si própria, senão também pela espontânea aproximação psíquica com a esfera vibratória de milhões de espíritos inferiores, que se agarram as coisas mundanas, sequiosos de renovar a existência que menosprezaram, sem maior consideração aos desígnios de Deus. Cuidemos bem dos nossos pensamentos, eles tecem o nosso destino dia após dia.
A Mídia, por sua vez, está cheia de notícias maravilhosas, quanto ao progresso material do homem; novas máquinas para uso industrial e comercial que praticamente dispensam trabalhadores de seus empregos; novos modelos de veículos automotores que seduzem pela potência e pelo arrojo e designer; segredos sublimes da Natureza são descobertos nos domínios do mar, da terra e do ar. Mas a estatística policial dos crimes humanos é espantosa.
Os assassínios da guerra apresentam requintes de perversidade muito além dos que foram conhecidos em épocas anteriores. Os homicídios, os suicídios, o desrespeito (mesmo diante do olhar das autoridades) às leis de trânsito, as tragédias conjugais, os desastres do sentimento, as greves em serviços essenciais para as populações, os impulsos revolucionários da indisciplina, a sede de experimentação inferior, a inquietação sexual em prejuízo da personalidade, as moléstias desconhecidas pela medicina, a loucura sob o verniz da civilidade, invadem os lares humanos e manhosamente fincam raízes na sociedade inteira. Não existe em país algum, gente capacitada o bastante para o conforto integral da pessoa que deseja de verdade a sublimação do próprio Ser.
Entretanto, esse conforto tende a
aumentar naturalmente.
Jesus Cristo, O Profeta Divino conclama toda pessoa de coração e mente bem formados, a perseverar no Bem:
"Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós. Deixo-vos a Paz; minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Não vos dou a paz do mundo; vos dou a Paz de Deus que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." (Evangelho de Jesus segundo João, capítulo 14, versículos 1, 18 e 27).
A rigor, compreendo que os serviços da Ciência, da Mídia, das Escolas deveriam realizar-se apenas no plano da Inspiração Divina em benefício de toda a sociedade, partindo da Espiritualidade Superior, para despertar o Bem em toda criatura que ainda esteja aprisionada à mentalidade inferior, porque antes de tudo “estamos corpo, mas somos espírito”, ou seja, toda pessoa humana é um espírito a comandar o seu próprio corpo material.
Mas, como agir diante de milhões de criaturas enfermas e criminosas, coabitando entre os seres humanos por toda a Terra? Pelo culto externo, simplesmente? Pelo ato de fé, exclusivamente? ou Por mera afirmação da vontade, como pontificam outros? Evidentemente que não somente assim.
“O indivíduo que não encontra a Luz para a sua própria luz conserva-se na região da sombra, à margem da realidade, que é muito mais do que considera como o efetivamente concreto neste mundo.” Esconde-se em um veículo de vidros escurecidos, caro e dispendioso, mas que lhe dá conforto, potência, arrojo. Nada contra ter aquilo que se quer e fazer bom uso dele. Mas quem estará á salvo se o condutor ou a condutora for uma pessoa sem noção?
Estamos no mundo, nele temos de conviver civilizadamente. Se nessas linhas que escrevo você lê sobre Amor, Verdade, Justiça, Trabalho, Caridade, também vê tratar de dificuldades que as populações enfrentam em razão do mal que habita suas mentes e corações, realidade que tanto queremos mudar. Não ignorando, mas enfrentando-a com as invencíveis armas da Solidariedade, da Sabedoria e da Santidade pregadas e vividas pelo Cristo de Deus.
Esse “poder se exerce com moderação e integridade de caráter. Lei perfeita é aquela que abarca Amor e Justiça. Isto é energia benfazeja, o que não significa aquiescência com impunidades, que resultam no caos. Confúcio (551-479 a.C.) disse, e gosto de repetir: Paga-se a Bondade com a Bondade, e o mal com a Justiça".
Estou integralmente de acordo que se faça reverência a Deus, a Jesus Cristo e ao Espírito Santo, a Fé e a Vontade, porque são expressões básicas da realização divina em todo ser humano; mas não podemos esquecer que o trabalho edificante é necessidade fundamental de cada espírito, esteja ele no céu, ou como um cidadão comum, na terra.
Se obrigações mínimas e nem por isso menos dignas tal qual a de respeitar a legislação de trânsito é vista como uma bobagem, que esperar dessa mentalidade doentia na condução da própria vida no cotidiano da sociedade? Estudar e viver as Leis Divinas é reconhecer que as leis humanas, embora com os vícios da nossa imperfeição, foram criadas para dar-nos a segurança e a proteção no curso da vida. Isso é Fé, é Sabedoria, é Competência, é Habilidade, é reconhecer que a mais eficaz estratégia de Deus tem sido incentivar o homem a prática de Boas Obras; sua Solidariedade garante a paz social e a estabilidade de qualquer nação.
Encaremos a Obra do Senhor, como se faz indispensável complemento, porque “a seara é grande, mas os trabalhadores poucos. Roguemos a Deus e a Jesus Cristo que mandem maior contingente de almas apostolares para a sua seara”, pois cada um (homem, mulher, povo ou nação) será recompensado de acordo com a obra que realizar inspirada pela Fé poderosa que eclodir do seu âmago generoso e puro, alerta o Filho de Deus no seu Evangelho-Apocalipse; e ainda diz: “Meu Pai (Deus) não cessa de trabalhar, e Eu (Jesus Cristo) trabalho também”.
A Humanidade inteira, atualmente, é como um grande organismo coletivo, cujas células – que são as personalidades humanas – convivem entre si na alegria e na tristeza, alternando o bom senso e o desequilíbrio, buscando de algum modo um processo global de reajustamento e de redenção.
Quem, Quem, Quem...
Eis o convite
Quem observa e vê, sabe a extensão dos cipoais em que se debate a mente humana. Criminosos agarram-se a criminosos; doentes associam-se a doentes; regenerandos comungam com regenerandos... Ou será que você nunca assistiu e/ou até participou quando um motorista que decidiu invadir com seu veículo a faixa de pedestres e ultrapassar o semáforo vermelho estimulando o inconsciente coletivo de outros tantos condutores a seguir como escravos as mesmas transgressões do "colega" anônimo? Se um desconhecido comete atos que põe em risco a segurança e a vida de dezenas de pessoas, devemos nós seguir a mesma prática irresponsável? É evidente que não. Só o Bem justifica a existência humana; ninguém perde por ser honesto.
“Quem não é capaz de assumir uma atitude correta acaba consumido pela circunstância criada por sua omissão.”
Quem domina a si mesmo – e não cogita condições, compensações e discussões, pois aprendeu a usar bem (e para o Bem) os recursos que a misericórdia divina disponibilizou abundantemente a todos –, precisa oferecer, no mundo, os instrumentos adequados às retificações morais e espirituais, habilitando toda pessoa pelo conhecimento, entendimento e vivência da Palavra de Deus e do papel preponderante que tem Jesus Cristo no cotidiano da sociedade mundial e na estabilidade do Planeta Terra.