Papa Emérito Bento XVI condena a negligência para com a Vida humana

            Ouso afirmar que, embora as aparências muitas vezes o neguem, as populações da Terra estão caminhando rumo aos braços amorosos do seu Criador Supremo: Deus. Nada mais próprio, nesse contexto, então, do que a irretocável página de João de Britto, cujo título fala por si; chama-se: 

            A M O R 

            “O Amor, sublime impulso de Deus,

            É a energia que move os mundos:

            Tudo cria, tudo transforma, tudo eleva.

            Vibra em todas as criaturas e alimenta todas as ações.

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            O ódio é o Amor que se envenena.

            A paixão é o Amor que se incendeia.

            O egoísmo é o Amor que se incendeia.

            O ciúme é o Amor que se concentra em si mesmo.

            A revolta é o Amor que se transvia.

            O orgulho é o Amor que enlouquece.

            A discórdia é o Amor que se divide.

            A vaidade é o Amor que se ilude.

            A avareza é o Amor que se encarcera.

            O vício é o Amor que se embrutece.

            A crueldade é o Amor que tiraniza.

            O fanatismo é o Amor que se petrifica.

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            Mas a Fraternidade é o Amor que se expande.

            A Bondade é o Amor que se desenvolve.

            O Carinho é o Amor que se enflora.

            A Dedicação é o Amor que se entende.

            O Trabalho é o Amor que se aprimora.

            A Experiência é o Amor que amadurece.

            A Renúncia é o Amor que se ilumina.

            O Sacrifício é o Amor que se santifica.

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            Porque o Amor é o clima do Universo.

            É a Religião da Vida, a força da Criação.

            Ao influxo do Amor as vidas se agrupam,

            Sublimando-se para a imortalidade.

            Neste ou naquele recanto isolado,

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            Quando se retira a influência do Amor,

            Reina somente o caos.

            Com o Amor tudo se aclara.

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            Longe do Amor, a sombra se coagula e prevalece.

            Em suma, o Bem é o Amor que se desdobra,

            Em busca da Perfeição no Infinito,

            E o mal é, simplesmente, o Amor fora da Lei. 
 

            Cícero (106-43 a.C.), grande tribuno romano, grafou:  Dentre todas as sociedades, nenhuma há mais nobre e mais estável que aquela em que os seres humanos estejam unidos pelo amor. Mas muita gente pode até pensar que isso é tolice. Mas quem estudou a Frenologia de Gall, dentro do Positivismo de Augusto Comte, sabe que na parte referente às dezoito simples funções do cérebro, existe uma vaidade boa, um egoísmo bom, e um orgulho muito nobre também.

 

            Assim, o isolacionismo, quando caracterizado pela ilusão do mau-orgulho espiritual, social, profissional, ou político, há sempre de se render, um dia, ao contagiante sentimento de solidariedade altruística e ecumênica, de modo que a humanidade não se ponha em extinção.

 

            O saudoso radialista, poeta e ativista social Alziro Zarur (1914-1979) ensinava: 

            “E Deus criou o ser humano de tal forma que ele só pode ser feliz praticando o bem.   

Negligência

condenada 

           Sobre o tema sua Santidade, o Papa Emérito Bento XVI*, escreveu numa quinta-feira, dia 28.10.2010:

            (...) É totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos e sociais negligenciando a exata necessidade de defendermos o direito à vida  desde a concepção até à morte natural. Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal?                        

 

           Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático -- que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana -- é atraiçoado nas suas bases.

 

            "Portanto, ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conforme com a mentalidade deste mundo. Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana, é que uma sociedade pode ser construída (...)."

Progresso

sem destruição

            Sua Santidade tem toda razão.

 

            O jornalista e escritor Paiva Netto, no seu livro As Profecias sem Mistério, subtítulo: Progresso sem destruição, também ofereceu valiosa contribuição ao tema. Ele salienta que no decorrer desse Terceiro Milênio, todos haverão de compreender que espiritualizar ecumenicamente as criaturas – elevando sua condição moral – é a única forma de atingir o progresso, que não seja o da destruição da saúde orgânica da mulher, nem a destruição do feto que se forma no útero materno".

 

            Enfatizando a origem da espécie humana, Paiva Netto recorda que "tudo se origina do Espírito, e por isso deve ser educado consoante as Leis Divinas da Fraternidade e da Solidariedade, porque a cidadania completa tem início no Mundo Invisível. Não somos apenas matéria ou intelecto unicamente humano-mental.

 

            E otimista quanto a retomada definitiva do bom senso entre as criaturas, o escritor projeta bons augúrios: "Ainda bem que um milênio é composto por mil anos, conforme o nome diz. Há tempo bastante para chegarmos à compreensão de que, além da carne, existe a predominância do Espírito nascido da Caridade de Deus. A Educação promove a produtividade, portanto, o progresso. Nenhum País cresce sem ela. E, no Milênio Terceiro, a espiritualização ecumênica das massas populares é fator inarredável (...)”.

 

            Educar, e mais do que isso, reeducar a efusão do Ser para o Divino, doma os baixos instintos, e canaliza suas energias mais poderosas para as atividades que o elevam a condição de cidadão do Espírito, Ser Humano da Validade Eterna.

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*Bento XVI renunciou ao papado. Ele anunciou oficialmente a sua decisão na manhã do dia 11 de fevereiro de 2013, quando o  Vaticano confirmou que ele deixaria o papado em 28 de fevereiro, às 20h. Foi o primeiro papa a abdicar do posto de líder da Igreja Católica desde o papa Gregório XII, em 1415. Foi um gesto inesperado, já que na história moderna os papas se mantiveram no cargo até a morte, para que só então fosse escolhido um sucessor. O papa comunicou que sua idade avançada (na ocasião com 85 anos) e a saúde frágil eram as razões de sua renúncia. O Conclave de 2013 elegeu seu sucessor: Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, em Buenos Aires, Argentina, tornando-se, assim, o 266.º Papa da Igreja Católica e atual chefe de estado do Vaticano.

 

PELA VIDA CONTINUA