Ouso afirmar que, embora as aparências muitas vezes o neguem, as populações da Terra estão caminhando rumo aos braços amorosos do seu Criador Supremo: Deus. Nada mais próprio, nesse contexto, então, do que a irretocável página de João de Britto, cujo título fala por si; chama-se:
A M O R
“O Amor, sublime impulso de Deus,
É a energia que move os mundos:
Tudo cria, tudo transforma, tudo eleva.
Vibra em todas as criaturas e alimenta todas as ações.
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O ódio é o Amor que se envenena.
A paixão é o Amor que se incendeia.
O egoísmo é o Amor que se incendeia.
O ciúme é o Amor que se concentra em si mesmo.
A revolta é o Amor que se transvia.
O orgulho é o Amor que enlouquece.
A discórdia é o Amor que se divide.
A vaidade é o Amor que se ilude.
A avareza é o Amor que se encarcera.
O vício é o Amor que se embrutece.
A crueldade é o Amor que tiraniza.
O fanatismo é o Amor que se petrifica.
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Mas a Fraternidade é o Amor que se expande.
A Bondade é o Amor que se desenvolve.
O Carinho é o Amor que se enflora.
A Dedicação é o Amor que se entende.
O Trabalho é o Amor que se aprimora.
A Experiência é o Amor que amadurece.
A Renúncia é o Amor que se ilumina.
O Sacrifício é o Amor que se santifica.
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Porque o Amor é o clima do Universo.
É a Religião da Vida, a força da Criação.
Ao influxo do Amor as vidas se agrupam,
Sublimando-se para a imortalidade.
Neste ou naquele recanto isolado,
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Quando se retira a influência do Amor,
Reina somente o caos.
Com o Amor tudo se aclara.
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Longe do Amor, a sombra se coagula e prevalece.
Em suma, o Bem é o Amor que se desdobra,
Em busca da Perfeição no Infinito,
E o mal é, simplesmente, o Amor fora da Lei.”
Cícero (106-43 a.C.), grande tribuno romano, grafou: “Dentre todas as sociedades, nenhuma há mais nobre e mais estável que aquela em que os seres humanos estejam unidos pelo amor”. Mas muita gente pode até pensar que isso é tolice. Mas quem estudou a Frenologia de Gall, dentro do Positivismo de Augusto Comte, sabe que na parte referente às dezoito simples funções do cérebro, existe uma vaidade boa, um egoísmo bom, e um orgulho muito nobre também.
Assim, o isolacionismo, quando caracterizado pela ilusão do mau-orgulho espiritual, social, profissional, ou político, há sempre de se render, um dia, ao contagiante sentimento de solidariedade altruística e ecumênica, de modo que a humanidade não se ponha em extinção.
O saudoso radialista, poeta e ativista social Alziro Zarur (1914-1979) ensinava:
“E Deus criou o ser humano de tal forma que ele só pode ser feliz praticando o bem”.
Negligência
condenada
Sobre o tema sua Santidade, o Papa Emérito Bento XVI*, escreveu numa quinta-feira, dia 28.10.2010:
“(...) É totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos e sociais negligenciando a exata necessidade de defendermos o direito à vida desde a concepção até à morte natural. Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal?
“Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático -- que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana -- é atraiçoado nas suas bases.
"Portanto, ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conforme com a mentalidade deste mundo. Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana, é que uma sociedade pode ser construída (...)."
Progresso
sem destruição
Sua Santidade tem toda razão.
O jornalista e escritor Paiva Netto, no seu livro “As Profecias sem Mistério”, subtítulo: “Progresso sem destruição”, também ofereceu valiosa contribuição ao tema. Ele salienta que “no decorrer desse Terceiro Milênio, todos haverão de compreender que espiritualizar ecumenicamente as criaturas – elevando sua condição moral – é a única forma de atingir o progresso, que não seja o da destruição da saúde orgânica da mulher, nem a destruição do feto que se forma no útero materno".
Enfatizando a origem da espécie humana, Paiva Netto recorda que "tudo se origina do Espírito, e por isso deve ser educado consoante as Leis Divinas da Fraternidade e da Solidariedade, porque a cidadania completa tem início no Mundo Invisível. Não somos apenas matéria ou intelecto unicamente humano-mental.
E otimista quanto a retomada definitiva do bom senso entre as criaturas, o escritor projeta bons augúrios: "Ainda bem que um milênio é composto por mil anos, conforme o nome diz. Há tempo bastante para chegarmos à compreensão de que, além da carne, existe a predominância do Espírito nascido da Caridade de Deus. A Educação promove a produtividade, portanto, o progresso. Nenhum País cresce sem ela. E, no Milênio Terceiro, a espiritualização ecumênica das massas populares é fator inarredável (...)”.
Educar, e mais do que isso, reeducar a efusão do Ser para o Divino, doma os baixos instintos, e canaliza suas energias mais poderosas para as atividades que o elevam a condição de cidadão do Espírito, Ser Humano da Validade Eterna.
PELA VIDA CONTINUA